Por Redação Atitude New

O Ministério Libertos por Deus (LPD), liderado pelo pastor Flávio Amaral e sua esposa, a missionária Andréia, conquistou notoriedade nacional ao se apresentar como um centro cristão acolhedor para pessoas em processo de “destransição de gênero” e recuperação de vícios. No entanto, por trás dos cultos intensos e dos testemunhos de fé, surgem graves acusações que colocam o ministério sob suspeita: adoção irregular, abuso psicológico, pressão religiosa, desvios de doações, e até envolvimento em um caso de suicídio.

Tragédia e silêncio: o caso do jovem ex-integrante

Um dos episódios mais delicados envolve o suicídio de um jovem que passou pelo ministério. Segundo relatos de pessoas próximas, o rapaz teria sido alvo de humilhações e pressões psicológicas severas, por não corresponder às expectativas de “cura” e “transformação” exigidas pela liderança.

Vídeos e testemunhos apontam que o ambiente criado pelo LPD gerava constante tensão emocional, inclusive com exposição pública da vida íntima dos participantes nas redes sociais. A ausência de acompanhamento psicológico profissional e a imposição de rompimento com vínculos familiares levantam sérias dúvidas sobre os limites entre fé e manipulação.

Apesar da gravidade, nenhuma investigação formal foi concluída até o momento. O silêncio institucional preocupa familiares e ex-membros.

Pastor Flávio Amaral: carisma e confrontos públicos

Conhecido por seu estilo explosivo, o pastor Flávio protagoniza vídeos com ataques verbais a críticos, fiéis e até outros líderes religiosos. Diferente de posturas mais reservadas até mesmo em ministérios de linha dura, suas falas agressivas são amplamente divulgadas, levantando alertas quanto ao impacto emocional sobre seguidores — muitos em situação de extrema fragilidade.

Além disso, não há informações públicas sobre sua consagração pastoral, formação teológica ou vínculo com qualquer convenção evangélica. A ausência de supervisão eclesiástica torna o LPD um grupo sem qualquer mecanismo formal de fiscalização.

O caso Hadassa: adoção informal e disputa familiar

Outro ponto polêmico envolve a menina Hadassa, neta biológica da missionária Andréia. O pai da criança, filho de Andréia, alega que perdeu o contato com a filha, que agora é apresentada publicamente como filha legítima do casal pastoral — inclusive em cultos e redes sociais.

Denúncias sugerem que a criança foi mantida sob guarda sem decisão judicial definitiva, com alegações escandalosas de uma possível troca informal por bens materiais, o que pode configurar crime. Além disso, o uso da imagem da menor em contextos religiosos pode violar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Cirurgias, SUS e suspeita de tráfico de influência

Segundo ex-participantes do LPD, algumas pessoas conseguiram realizar cirurgias de destransição através do SUS, mesmo sem critérios técnicos definidos. Há suspeitas de que funcionários públicos teriam facilitado encaminhamentos privilegiados por influência do ministério — o que pode configurar tráfico de influência, prevaricação e desvio de finalidade na saúde pública.

Riqueza, doações e falta de transparência

Apesar da aparência humilde, o LPD movimenta valores significativos em doações financeiras e materiais, mas não publica nenhuma prestação de contas. Bens em nome do pastor, da missionária ou do próprio ministério aparecem sem transparência.

A ausência de CNPJ, de relatórios contábeis ou de vínculos com órgãos reguladores religiosos ou civis aumenta as suspeitas de irregularidades fiscais e possíveis crimes como lavagem de dinheiro ou estelionato religioso.

Conclusão: fé sem freios institucionais

O caso do Ministério Libertos por Deus expõe os riscos de quando fé, poder e ausência de supervisão se misturam. As denúncias de abuso psicológico, adoção informal, tráfico de influência, manipulação emocional e até possível responsabilidade indireta por um suicídio exigem investigação urgente por parte do Ministério Público, da Vara da Infância, dos conselhos de classe médica e das lideranças evangélicas sérias.

“Quando a fé vira arma e a religião se torna escudo para o abuso, é hora de parar, investigar e responsabilizar.”

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