Por Pr. Enéias Mendes em 05/12/2024

A sociedade tem testemunhado, estarrecida, atos que revelam a profunda deformação do senso de justiça no coração humano. Um motociclista é atirado de uma ponte por um policial. Um policial é executado com um tiro na cabeça. Em ambos os casos, a palavra “justiça” poderia ser usada para justificar os atos, ao menos na mente de seus perpetradores. No entanto, é preciso perguntar: que justiça é essa?
A Bíblia nos lembra da fragilidade da justiça humana ao afirmar: “Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer” (Romanos 3:12, NVI). Nosso senso de justiça, manchado pelo pecado, frequentemente se distancia da realidade divina, tornando-se um instrumento de violência, ódio e indiferença. Isaías 64:6 declara com contundência: “Todos nós somos como impuros, todos os nossos atos de justiça são como trapos de imundície” (NVI). O que deveria ser um reflexo da justiça perfeita de Deus se transforma em uma toga de injustiça quando guiado pelos desejos corrompidos do coração humano.
No caso do policial que jogou o motociclista da ponte, vemos alguém que, talvez, tenha tomado para si o papel de executor, ignorando os princípios que deveriam guiar suas ações. Por outro lado, o assassino do policial acreditou que sua ação era legítima dentro de sua perspectiva de justiça distorcida. Em ambos os casos, o senso de justiça fora do padrão de Deus revelou sua face mais sombria: o pecado conduzido pelo coração enganoso (Jeremias 17:9).
Essa inclinação não está apenas em ações extremas; ela permeia nossas palavras e pensamentos. Jesus nos alerta que até mesmo nossas palavras descuidadas revelam o que está em nossos corações. Ele afirmou: “Pois a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12:34b, NVI). Quando falamos mal do próximo, ignoramos suas necessidades ou erguemos bandeiras de justiça apenas para justificar o ódio e a indiferença, não estamos refletindo a justiça divina, mas a toga da injustiça humana.
Cristo é o único capaz de reger o mundo com verdadeira equidade. Apocalipse 19:15 descreve como Jesus governará as nações com um cetro de ferro, refletindo sua autoridade perfeita e inabalável. Essa imagem contrasta profundamente com as tentativas humanas de estabelecer justiça à parte de Deus. Nossa justiça terrena, sem a influência regeneradora do Espírito Santo, não passa de uma caricatura, incapaz de refletir a santidade e a verdade divinas.
Portanto, ao observarmos os acontecimentos ao nosso redor, precisamos reconhecer que nossa indignação justa contra a injustiça deve nos levar à dependência de Deus e à busca por sua vontade. O Salmo 89:14 nos lembra: “A retidão e a justiça são os alicerces do teu trono; o amor e a fidelidade vão à tua frente” (NVI). Apenas a justiça de Deus é pura, incorruptível e suficiente para corrigir o curso deste mundo.
Quando a toga da injustiça reina, o resultado é caos, sofrimento e morte. Mas quando nos submetemos à justiça de Deus, encontramos redenção, restauração e verdadeira paz. Que nossos corações e nossas ações sejam guiados por essa justiça divina, que não é movida pelo ódio, pela vingança ou pelo orgulho humano, mas pelo amor transformador de Cristo.
Quem é o autor:
O pastor Enéias Mendes é formado no Seminário Presbiteriano do Sul e pós-graduado em Aconselhamento Bíblico pelo Instituto Teológico Andrew Jumper. Também concluiu sua formação no Centro de Treinamento Missionário em Patrocínio, MG, no Instituto Ibel. Atualmente, pastoreia a Igreja Presbiteriana Vida no Residencial Cosmos, Campinas
Paraben Pastor Enéas, pelo tema e também pela colocação do mesmo com palavras que vão direto ao ponto nevrálgico e cirúrgico desses acontecimentos que repercutem, não só no brasil, mas globalmente e isso segue uma agenda pré definida por agentes totalitaristas, que querem o caos, para diluir nossa cultura que se firma em bases judaico-cristâs, para estabelecer ema era com Deus fora da equação e sem absolutos morais. Me lembrei do filme: A viagem, onde um Pastor cristão e acadêmico, quer publicar um livro de moral, porém sem citar Jesus ou a palavra Deus, até que viaja para o futuro numa máquina do tempo e presencia como sua relatividade moral e liberalismo afetaram a sociedade, negativamente. Que Deus nos livre dos efeitos danosos dessa geração atual que está destruindo nossos valores mais essenciais do que depende nossa existência como seres racionais e espirituais. Oremos Pastor Enéias.😞
Eurico, muito obrigado por comentar. Deus te abençoe a cada dia.