O presidente do Peru, Pedro Castillo, comandou uma tentativa de golpe de Estado nesta quarta-feira (7). Horas antes da votação de um pedido de impeachment contra ele, o então presidente peruano fez um anúncio da dissolução do Congresso e declarou estado de emergência no país.
O Congresso ignorou a tentativa de golpe e votou pela destituição de Castillo do cargo. O plenário do Congresso do Peru aprovou por 101 votos a medida, além de seis votos contra e outras dez abstenções. Eram necessários 87 para derrubar o presidente.
Após o impeachment de Pedro Castillo, o Congresso acionou a vice, Dina Boluarte, para assumir o poder no país. Ela deve ser empossada às 15h de Lima (17h de Brasília) e já afirmou que a ordem de Castillo era inconstitucional.
“Repudio a decisão de Pedro Castillo de praticar a quebra da ordem constitucional com o fechamento do Congresso. Trata-se de um golpe de Estado, que agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar com apego estrito à lei”, escreveu no Twitter.
Logo após o pronunciamento de Castillo, os ministros da Economia e das Relações Exteriores renunciaram com a alegação de que a medida violava a Constituição. Seu então advogado no processo do Congresso também anunciou o abandono de sua defesa.
“Hoje foi dado um golpe de Estado no melhor estilo do século XX. É um golpe fadado ao fracasso, o Peru quer viver na democracia. Este golpe de Estado não tem nenhum fundamento jurídico”, disse à rádio RPP o presidente do Tribunal Constitucional, Francisco Morales.
A procuradora-geral do Peru, Patricia Benavides, reagiu imediatamente expressando sua “rejeição enfática” a “qualquer violação da ordem constitucional” e instou o presidente a “respeitar a Constituição, o Estado de Direito e a democracia que tanto nos custou”.