1.381 câmeras novas passam a funcionar na linha 3; previsão é de que, em 18 meses, total passe a ser de 5.088
O metrô da cidade de São Paulo passa a contar com monitoramento de inteligência artificial. O governador Rodrigo Garcia (PSDB) afirma que 1.381 câmeras já estão em operação e que, até abril de 2024, o total chegará a 5.088. “São câmeras inteligentes, que têm reconhecimento facial, além de tantas outras funcionalidades, que vão ser usadas para a segurança do metrô, para identificação de pessoas desaparecidas. Foi o maior investimento em atualização de sistemas que o metrô fez na sua história. E, hoje, a gente faz a entrega completa aqui desse sistema de monitoramento por vídeo em toda a linha 3 do metrô. A linha 2 e a linha 1, nos próximos 18 meses também terão esse sistema instalado”, disse Garcia. A nova tecnologia é questionada na justiça, mas o governo estadual alega que segue a Lei Geral de Proteção de Dados. “O objetivo de um sistema inteligente como esse é dar segurança às pessoas, poder identificar pessoas desaparecidas, e não outro tipo de funcionalidade. Nós acreditamos que a tecnologia tem que vir em favor da sociedade. Isso vai melhorar muito o sistema de segurança do metrô e vai permitir também à polícia, vai permitir também ao banco de dados de pessoas desaparecidas fazer essa identificação. Ninguém cria um sistema, investe R$ 58 milhões para promover discriminação ou para fazer um mau uso. Pelo contrário, o objetivo do governo de São Paulo e do metrô é justamente usar essa tecnologia em benefício do cidadão”, diz o governador.
A secretária municipal de Direitos Humanos, Soninha Francine, ressalta que quase 6 mil pessoas estão no cadastro de desaparecidos do metrô. “Com o reconhecimento facial, a partir do momento em que nós temos a informação de que uma pessoa está desaparecida e ela tem uma questão de saúde mental, está desorientada, toma remédios que alteram a capacidade dela de saber onde está, enfim, assim que a gente receber essa informação e tiver a autorização da família para informar o retrato, ele não vai estar só na televisão no metrô, ele vai estar no sistema”, comenta.
Sobre um possível aumento de tarifas do metrô e CPTM, Garcia entende que caberá ao governador eleito, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a negociação em conjunto com o município. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) avalia que, em dezembro, esse tema deverá caminhar para uma definição: “Hoje, a gente tem 80% dos usuários de ônibus do que era anterior à pandemia [da Covid-19], o metrô também tem hoje um número menor de passageiros, e quando se tem um número menor de passageiros se tem uma receita menor. Mesmo tendo só 80% dos passageiros, queria só ressaltar que 97% das linhas da periferia estão atuando e 85% no centro expandido. Portanto, a gente mantém o número de linhas maiores daquilo que é a demanda em se identifica”, diz. Nunes diz ainda ter encaminhado um estudo para tarifa zero nos ônibus e que a viabilidade orçamentária irá determinar uma mudança, já que o município coloca hoje subsídios bilionários no sistema de transporte, que é um dos maiores do mundo.
JP News