O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, publicou na rede social X (ex-Twitter), nesta quinta-feira (12), três fotos que ele diz serem bebês mortos em ataques do Hamas. Dois deles estão carbonizados.
As imagens estão borradas por conter conteúdo sensível. O post diz: “Aqui estão algumas das fotos que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu mostrou ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. Aviso: Estas são fotos horríveis de bebês assassinados e queimados pelos monstros do Hamas”, diz a postagem. “O Hamas é desumano. Hamas é ISIS [Estado Islâmico].”
Essas e outras imagens foram mostradas para o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, que está em Israel, e para os ministros da Defesa de países da Otan, durante reunião nesta quinta.
“É simplesmente depravação da pior maneira imaginável”, disse Blinken, após a reunião. “As imagens valem mais que mil palavras. Essas imagens podem valer um milhão.”
A Reuters afirmou que não conseguiu verificar a autenticidade do material de forma independente. A Casa Branca disse não ter motivos para duvidar da autenticidade das imagens.
As alegações de que crianças foram decapitadas no kibutz de Kfar Aza surgiram, na última terça-feira (10), na mídia israelense. As Forças de Defesa de Israel (FDI) descreveram posteriormente a cena como um “massacre”, em comunicado à CNN.
Mulheres, crianças, bebês e idosos foram “brutalmente massacrados no modo de ação do Estado Islâmico”, disseram as FDI. Tal Heinrich, porta-voz de Netanyahu, afirmou, na quarta-feira, que bebês e crianças pequenas foram encontrados com “cabeças decapitadas” em Kfar Aza.
O presidente americano, Joe Biden confirmou essa informação. “Tenho feito isso há muito tempo, nunca pensei realmente que veria… fotos confirmadas de terroristas decapitando crianças.”
Um funcionário do governo dos EUA esclareceu posteriormente os comentários de Biden, dizendo à CNN que nem Biden, nem seus assessores viram fotos ou receberam relatos confirmados de crianças ou bebês decapitados pelo Hamas. O responsável esclareceu que Biden se referia a comentários públicos de meios de comunicação e autoridades israelitas.
Um porta-voz das FDI, Jonathan Conricus, informou mais tarde naquele dia que os terroristas provavelmente realizaram decapitações de bebês no kibutz de Be’eri.
“Recebemos relatos muito, muito perturbadores, vindos do local, de que havia bebês que tinham sido decapitados. Penso que agora podemos dizer com relativa confiança que, infelizmente, foi isso que aconteceu em Be’eri”, disse ele.
As autoridades israelenses inicialmente evitaram discutir os detalhes de como os seus cidadãos foram mortos. Em vez disso, compararam a brutalidade do Hamas à do Estado Islâmico, o grupo terrorista sunita que decapitou e queimou prisioneiros vivos.