Logo após a fala do presidente eleito, às 13h10, o Ibovespa caía 2,30%, aos 110.554,47 pontos

“A frase que mais tenho ouvido dos líderes de diferentes países é a seguinte: ‘O mundo sente saudade do Brasil’. Quero dizer que o Brasil está de volta”. Essa foi a mensagem principal do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quarta-feira (16), na Cúpula do Clima (COP-27) da Organização das Nações (ONU), em Sharm el-Sheik, no Egito.

Lula foi convidado a participar do evento pelo presidente do país sede, Abdel Fattah El Sisi. No pronunciamento de quase 30 minutos, ele falou sobre o desafio de enfrentar o aquecimento global em meio a múltiplas crises e cobrou ajuda financeira de países desenvolvidos às nações mais vulneráveis, com cumprimento de acordos já firmados em conferências anteriores. Com críticas duras à gestão de Bolsonaro. repetindo a promessa de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030.

Ao citar a atual âncora fiscal do governo, Lula desdenhou do mercado financeiro e disse que o sobe desce seria uma atividade de especuladores: “Vai aumentar o dólar, cair a bolsa? Paciência. O dólar não cai por conta das pessoas sérias, mas dos especuladores”.

A visão do mercado

Mas por aqui a defesa do debate ambiental passou batida na Bolsa de Valores. Logo após a fala do presidente eleito, às 13h10, o Ibovespa-0,49% caía 2,30%, aos 110.554,47 pontos.

“O mercado ficou indiferente ao discurso do Lula na COP 27”, diz Juan Espinhel, especialista em investimentos da Ivest. “Tinha bastante coisa acontecendo fora a conferência, principalmente com o petróleo caindo lá fora e a incerteza com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição”, explica.

O foco do mercado agora está na discussão fiscal e como o novo governo fará para financiar todos os programas sociais prometidos. Uma incerteza que tem penalizado a Bolsa brasileira nas últimas semanas. “O movimentos observados na sessão de ontem, com a bolsa operando com forte baixa e os juros futuros em alta, sugerem que as atenções se concentram, na verdade, nos rumores sobre possíveis nomes para o Ministério da Fazenda, ou até mesmo a exclusão dos pagamentos de benefícios sociais do teto de gastos pelos próximos quatro anos”, destaca Matheus Pizzani, economista da CM Capital.

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