Por: Redação 15 dez 2024 – 12h30

O Exército Brasileiro divulgou neste sábado (14) uma nota oficial em que informa estar colaborando com as investigações conduzidas pela Polícia Federal, após a prisão preventiva do general da reserva Walter Braga Netto. A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também cumpriu mandados de busca e apreensão na residência do coronel Flávio Botelho Peregrino, em Brasília. Braga Netto foi detido em sua casa, no Rio de Janeiro, sob a acusação de obstrução de Justiça em investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado em 2022.

Em nota, o Centro de Comunicação Social do Exército afirmou que a instituição “vem acompanhando as diligências realizadas por determinação da Justiça e colaborando com as investigações em curso”. Contudo, o Exército ressaltou que não se manifestará sobre processos conduzidos por outros órgãos, alegando tratar-se de um “procedimento que tem pautado a relação de respeito do Exército Brasileiro com as demais instituições da República”.

A postura institucional, embora protocolar, levanta dúvidas e inquietações entre observadores e a população, especialmente em setores da direita, que veem na ausência de uma manifestação mais firme do Alto Comando uma possível omissão em um momento crítico para a imagem da força militar e do país.

Silêncio estratégico ou omissão perigosa?

O posicionamento do Exército de não interferir ou emitir opiniões públicas sobre investigações externas é, sem dúvida, alinhado à tradição de neutralidade e respeito às instituições republicanas. Porém, o contexto específico – envolvendo um general da reserva que ocupou posições-chave no governo e foi candidato a vice-presidente da República – torna a ausência de um pronunciamento mais substancial motivo de inquietação.

Para muitos, o silêncio do Alto Comando poderia ser interpretado como prudência, visando proteger a imagem institucional em meio a um cenário político polarizado. Contudo, há quem questione se essa neutralidade aparente não seria uma oportunidade perdida para reafirmar valores como hierarquia, disciplina e lealdade à Constituição.

Além disso, o fato de Braga Netto ser mantido sob custódia no Comando da 1ª Divisão de Exército no Rio de Janeiro – e não em uma instalação civil – desperta críticas. Alguns argumentam que isso poderia ser percebido como um privilégio, o que contrasta com o tratamento recebido por outros investigados.

Dúvidas entre apoiadores e a população

Entre cidadãos mais alinhados à direita, dúvidas têm sido levantadas sobre o que realmente está por trás das acusações contra Braga Netto e outros militares. A operação é vista por alguns como parte de uma tentativa de reescrever a narrativa dos eventos de 2022 e enquadrar opositores políticos sob acusações de conspiração.

Adicionalmente, o silêncio do Exército deixa margem para especulações:

Reflexão necessária

O caso de Braga Netto escancara a necessidade de uma discussão mais ampla sobre o papel das Forças Armadas em um cenário político turbulento. Entre o equilíbrio institucional e a pressão popular, o Exército enfrenta o desafio de manter-se neutro, mas sem se distanciar das preocupações legítimas da sociedade.

Afinal, em tempos de polarização, o silêncio pode ser tão ensurdecedor quanto uma palavra mal colocada.

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