Eles podem ser usados para realizar trocas de prisioneiros de guerra; ucranianos continuam avançando na região russa de Kursk
A Ucrânia bombardeou a Rússia com mísseis e drones nesta quarta-feira (14) e disse que estava avançando mais profundamente na maior incursão estrangeira na Rússia desde a Segunda Guerra Mundial, movimento que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que representava um dilema para o presidente Vladimir Putin.
Milhares de soldados ucranianos atravessaram a fronteira russa nas primeiras horas de 6 de agosto na região de Kursk, no oeste da Rússia, no que Putin afirmou ser uma grande provocação com o objetivo de ganhar vantagem em possíveis negociações futuras de cessar-fogo.
A Ucrânia conquistou uma parte da região de Kursk, na fronteira com a Rússia, e embora Putin tenha dito que o Exército russo expulsaria as tropas ucranianas, mais de uma semana de intensas batalhas não conseguiram isso até o momento.
“A situação ainda permanece difícil”, disse Yuri Podolyaka, um influente blogueiro militar pró-russo nascido na Ucrânia. “O inimigo ainda tem a iniciativa e, portanto, embora lentamente, está aumentando sua presença na região de Kursk.”
A Rússia afirmou hoje que havia destruído 117 drones ucranianos na Rússia durante a noite, principalmente nas regiões de Kursk, Voronezh, Belgorod e Nizhny Novgorod. Também informou que mísseis foram abatidos e mostrou bombardeiros Sukhoi Su-34 atacando posições ucranianas em Kursk.
Segundo relatos não confirmados, alguns dos drones ucranianos atingiram bases aéreas russas. A Guarda Nacional da Rússia disse que estava reforçando a segurança na usina nuclear de Kursk, que fica a apenas 35 km dos combates.
Os comandantes russos afirmaram que o front em Kursk havia se estabilizado, embora o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky tenha dito que suas forças continuavam avançando no local e ordenou que seus generais desenvolvessem os próximos “passos fundamentais” na operação.
Biden disse que autoridades dos EUA estavam em contato constante com a Ucrânia sobre a invasão da Rússia, a qual, segundo ele, “criou um verdadeiro dilema” para Putin, que ordenou a entrada de milhares de soldados na Ucrânia em 2022.
A Casa Branca afirmou que a Ucrânia não avisou com antecedência sobre sua incursão e que os Estados Unidos não tiveram nenhum envolvimento na operação, embora as autoridades russas tenham sugerido que os apoiadores ocidentais da Ucrânia devem ter tido conhecimento do ataque.
O ataque ucraniano à Rússia mudou radicalmente a narrativa da guerra. A Rússia vinha avançando desde o fracasso da contraofensiva da Ucrânia em 2023, que não conseguiu obter grandes ganhos contra as forças de Moscou.