Redação
O tratado de defesa estratégico entre a Coreia do Norte e a Rússia, assinado em junho de 2024, entrou oficialmente em vigor, conforme anunciou a agência estatal norte-coreana KCNA nesta quarta-feira (4). O acordo, firmado durante a visita do presidente russo Vladimir Putin a Pyongyang, sela a estreita parceria entre os dois países, principalmente em meio à guerra na Ucrânia.
A oficialização do pacto ocorreu com a troca dos documentos ratificados em Moscou, um passo importante no fortalecimento das relações bilaterais. O tratado prevê assistência militar mútua “sem demora” em caso de ataque a qualquer um dos países signatários, além de um compromisso de oposição conjunta às sanções impostas pelo Ocidente.
Esse acordo ocorre em um contexto de acusações dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, que alegam que a Coreia do Norte, que possui armas nucleares, enviou mais de 10 mil soldados para apoiar as forças russas na guerra contra a Ucrânia. Especialistas indicam que Pyongyang busca, em troca, obter tecnologia avançada da Rússia e experiência militar para suas próprias forças armadas.
Além disso, o tratado visa a promoção de uma “ordem mundial multipolar” sem dominação, conforme descrito pela KCNA. Ao estreitar seus laços com Moscou, a Coreia do Norte pode reorientar sua política externa e atuar mais diretamente na economia de guerra russa, fornecendo armas, apoio militar e até mesmo força de trabalho, o que pode afetar sua relação com a China, seu tradicional aliado e parceiro comercial.
Desde a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, os laços militares entre Moscou e Pyongyang se fortaleceram. Ambos os países estão sujeitos a sanções da ONU, com a Coreia do Norte sendo penalizada devido ao seu programa nuclear e a Rússia devido ao conflito ucraniano. O líder norte-coreano Kim Jong Un expressou seu apoio incondicional à política russa de defesa da soberania e integridade territorial, enquanto Putin classificou o tratado como um “documento revolucionário”.