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A menopausa é muito mais do que um processo hormonal. Para muitas mulheres, essa fase traz mudanças profundas na saúde emocional. Ansiedade, tristeza sem motivo aparente, insônia e até depressão são queixas frequentes, mas que muitas vezes são tratadas como “normais” ou “frescuras”. Neste episódio, vamos abordar o que a ciência diz sobre os efeitos da menopausa na saúde mental, quais os sinais de alerta e como buscar ajuda adequada.
De acordo com o National Institute of Mental Health (NIMH), a redução dos hormônios sexuais femininos (especialmente estrogênio e progesterona) afeta diretamente neurotransmissores cerebrais como serotonina e dopamina, responsáveis pela regulação do humor, sono, apetite e disposição.
De acordo com a North American Menopause Society (NAMS) e um estudo publicado no Journal of Affective Disorders (2022), os sintomas mais comuns são:
Ansiedade
Oscilações de humor (irritabilidade e labilidade emocional)
Choro fácil ou sensação de tristeza constante
Ataques de pânico
Fadiga mental e dificuldade de concentração (“nevoeiro mental”)
Insônia persistente
Baixa autoestima e alterações na imagem corporal
Pesquisas indicam que mulheres na fase da perimenopausa (transição até a menopausa) têm 2 a 4 vezes mais risco de desenvolver depressão em comparação com mulheres no período reprodutivo.
Um estudo conduzido pela Harvard Medical School publicado no JAMA Psychiatry (2021) destacou que a queda abrupta do estrogênio está associada a episódios depressivos em mulheres com histórico de sensibilidade hormonal.
Histórico de depressão ou ansiedade
Estresse crônico
Problemas no relacionamento ou no trabalho
Questões com a autoimagem corporal (especialmente em mulheres que associam juventude à feminilidade)
Menopausa precoce ou causada por cirurgia (menopausa induzida)
Psicoterapia (TCC – Terapia Cognitivo-Comportamental tem bons resultados)
Apoio de grupos terapêuticos (online ou presenciais)
Exercícios físicos regulares, especialmente atividades ao ar livre
Terapias integrativas como ioga e meditação (evidências crescentes de eficácia)
Antidepressivos de baixa dosagem podem ser indicados por curtos períodos
Terapia hormonal pode ajudar indiretamente ao reequilibrar os níveis de estrogênio, desde que não haja contraindicação médica
A Sociedade Brasileira de Climatério (Sobrac) orienta que toda mulher com sintomas emocionais persistentes durante a menopausa deve ser acompanhada por um profissional de saúde mental, mesmo que já faça acompanhamento com ginecologista.
Muitas mulheres relatam sentir-se sozinhas ou envergonhadas por não “darem conta” como antes. O silêncio em torno da saúde mental na menopausa ainda é um problema social. Por isso, falar sobre o tema com naturalidade e empatia é fundamental para acolher e encorajar outras mulheres a buscar ajuda.
A saúde mental na menopausa é tão importante quanto os cuidados com o corpo. Reconhecer os sinais, conversar com especialistas e adotar hábitos saudáveis são atitudes que podem transformar essa fase em um novo começo — com mais equilíbrio e autoestima.
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