Local, situado a 150 km da capital Damasco, conecta o centro da Síria à costa mediterrânea; governo afirma que situação está “sob controle”, mas relatos indicam evacuações em massa de soldados e oficiais. 

Por Jovem Pan 07/12/2024 21h37 

BILAL AL HAMMOUD/EFE/EPA 

Combatentes da oposição celebram ao disparar armas no céu após entrarem na cidade de Hama, na Síria. 

Ofensiva rebelde avança no conflito sírio 

Forças rebeldes lideradas pelo grupo islamista Hayat Tahrir al-Sham (HTS) tomaram, neste sábado (7), o controle de Homs, a terceira maior cidade da Síria e um ponto estratégico no conflito que dura 13 anos. A informação é do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), organização que monitora a guerra no país. 

Homs, localizada a apenas 150 km da capital Damasco, é vital por conectar o centro da Síria à costa mediterrânea — região estratégica onde estão bases militares russas e reduto do regime de Bashar al-Assad, no poder há cinco décadas. 

Avanços significativos dos insurgentes 

A ofensiva rebelde, iniciada em 27 de novembro, já levou ao controle de outras cidades importantes, como Aleppo e Hama, além de avanços nos arredores de Damasco. O OSDH também relata que os insurgentes capturaram Quneitra, próxima da fronteira com Israel, e Sanamayn, ao sul da capital. 

Além disso, os rebeldes libertaram mais de 3.500 detentos de uma prisão em Homs e assumiram o controle de parte dos subúrbios de Damasco, ampliando seu domínio no cenário de conflito. 

Desafios para o regime de Assad 

Apesar das afirmações do governo sírio de que a situação está “sob controle”, relatos apontam evacuações em massa de soldados e oficiais do regime de Bashar al-Assad. O movimento inclui reforços em áreas estratégicas como Damasco, Hama e Homs. 

Segundo informações do OSDH, centenas de soldados fugiram para o Iraque. A escalada da ofensiva gerou pânico em Damasco, onde moradores têm corrido para comprar alimentos e sacar dinheiro em meio ao cenário de insegurança. Protestos também eclodiram nos subúrbios da capital, com manifestantes chegando a derrubar uma estátua de Hafez al-Assad, pai do atual presidente. 

Implicações internacionais e cenário geopolítico 

O conflito na Síria, que já deixou mais de 500 mil mortos e 370 mil deslocados, expõe a fragilidade do regime de Assad, mesmo com o apoio militar de aliados como Rússia, Irã e Hezbollah

No entanto, essa ofensiva rebelde surge em um momento delicado, já que parceiros externos do regime enfrentam desafios como a guerra na Ucrânia e tensões entre Irã, Hezbollah e Israel. A perda de Homs compromete a capacidade do governo de manter uma ligação segura entre Damasco e a costa mediterrânea, enfraquecendo ainda mais seu domínio. 

Diálogo internacional e perspectivas futuras 

Em meio a essa situação, representantes da Rússia, Turquia e Irã, reunidos no Catar, pediram diálogo entre o governo sírio e as forças opositoras. No entanto, excluíram do processo grupos extremistas como o HTS

O líder rebelde Abu Mohammed al-Golani reafirmou o objetivo de derrubar Assad e “libertar a Síria de seu regime opressivo”. Por sua vez, a Organização das Nações Unidas (ONU) apelou para que todas as partes respeitem o direito humanitário e priorizem a proteção dos civis. 

Com informações da AFP. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Conteúdo Protegido !!