Introdução
A menopausa precoce é uma condição pouco discutida, mas que afeta milhares de mulheres em todo o mundo. Ela ocorre quando os ovários deixam de funcionar antes dos 40 anos, causando a interrupção definitiva dos ciclos menstruais e sintomas típicos da menopausa. Neste episódio, explicamos as causas, sintomas, impactos e as alternativas de tratamento — com base em evidências científicas e entidades médicas confiáveis.
O que é menopausa precoce?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a menopausa é considerada precoce quando ocorre antes dos 40 anos de idade, o que acontece em aproximadamente 1% das mulheres.
A North American Menopause Society (NAMS) define a condição como “falência ovariana prematura” ou insuficiência ovariana primária (IOP), caracterizada pela perda da função ovariana com baixos níveis de estrogênio e infertilidade.
Causas mais comuns
De acordo com a Mayo Clinic, as causas da menopausa precoce podem ser:
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Genéticas (histórico familiar)
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Doenças autoimunes (como tireoidite ou lúpus)
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Tratamentos médicos, como quimioterapia e radioterapia
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Cirurgias (remoção dos ovários ou útero)
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Infecções virais raras (como caxumba nos ovários)
Sintomas e riscos associados
Os sintomas são semelhantes aos da menopausa natural, mas podem se manifestar com mais intensidade e impacto psicológico:
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Cessação da menstruação
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Ondas de calor, suores noturnos
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Irritabilidade, ansiedade, depressão
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Diminuição da libido e secura vaginal
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Queda na densidade óssea e maior risco de osteoporose precoce
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Maior risco de doenças cardiovasculares
Segundo o National Institutes of Health (NIH), a perda precoce do estrogênio também pode comprometer a saúde cerebral e metabólica se não tratada adequadamente.
Impacto emocional e social
Um estudo publicado no periódico Climacteric (revista da International Menopause Society) apontou que mulheres com menopausa precoce têm maior prevalência de depressão e distúrbios de autoestima, especialmente aquelas que ainda desejavam engravidar.
Tratamentos recomendados
Segundo o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia (ACOG), a terapia hormonal é indicada para a maioria das mulheres com menopausa precoce, desde que não tenham contraindicações.
Objetivos do tratamento:
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Reduzir sintomas físicos e emocionais
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Proteger ossos e coração
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Restaurar a qualidade de vida
Fertilidade: Algumas mulheres com insuficiência ovariana prematura podem, eventualmente, ovular espontaneamente. Em casos de infertilidade definitiva, há possibilidade de fertilização in vitro com óvulo doado.
Conclusão
A menopausa precoce não é apenas uma alteração hormonal, mas uma mudança abrupta e profunda na vida da mulher — física, emocional e socialmente. O diagnóstico precoce, o acolhimento médico e psicológico e o tratamento individualizado são fundamentais para garantir saúde e bem-estar a longo prazo.