Documento destaca crescente cooperação entre adversários dos EUA e oferece orientações para gerenciamento de crises simultâneas

Por Associated Press

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aprovou um memorando confidencial de segurança nacional sobre a crescente cooperação entre Rússia, Coreia do Norte, Irã e China. A medida foi divulgada pela Casa Branca nesta quarta-feira (11) e pode servir como uma diretriz para ajudar o próximo governo a lidar com essas alianças militares desafiadoras.
Funcionários da administração Biden iniciaram o desenvolvimento do documento entre julho e setembro deste ano, projetando-o como um guia para que o próximo governo administre o fortalecimento das relações entre os principais adversários dos Estados Unidos. Segundo altos funcionários do governo ouvidos pela agência de notícias Associated Press, o memorando será mantido em sigilo devido à sensibilidade das informações.

O documento contém quatro principais orientações:

  1. Melhorar a cooperação entre as agências do governo dos EUA
  2. Acelerar o compartilhamento de informações com aliados sobre os quatro países
  3. Calibrar o uso de sanções e outras ferramentas econômicas para máxima eficácia
  4. Fortalecer a preparação para gerenciar crises simultâneas envolvendo adversários

Os Estados Unidos vêm acompanhando, com crescente preocupação, a cooperação entre esses quatro países, que se intensificou após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022. Os altos funcionários observam que a Rússia, isolada de boa parte do mundo, tem procurado o Irã para obter drones e mísseis, enquanto da Coreia do Norte tem recebido artilharia, mísseis e até apoio militar, como tropas que ajudam a combater as forças ucranianas na região de Kursk. A China, por sua vez, tem fornecido componentes de uso dual, sustentando a base industrial militar russa.

Em troca, a Rússia enviou caças ao Irã e ajudou Teerã a fortalecer suas capacidades de defesa antimísseis e espaciais. A Coreia do Norte recebeu combustível e financiamento da Rússia para expandir suas capacidades militares, sendo agora reconhecida como um estado nuclear pela Rússia.

Enquanto isso, a China e a Rússia aprofundaram sua cooperação técnico-militar, conduzindo operações conjuntas na região do Ártico.

Biden e Trump possuem visões distintas, mas ambos reconheceram a necessidade de coordenar questões de segurança nacional durante a transição. Funcionários das administrações Biden e Trump afirmam que o memorando não tem a intenção de forçar políticas específicas, mas sim de construir “capacidade” para que a próxima administração lide com as complexas questões de política externa.

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