Atualizado às 14h52 (GMT-3), 27 de novembro de 2024
WASHINGTON – O governo do presidente Joe Biden intensificou a pressão sobre a Ucrânia para que amplie rapidamente o tamanho de suas forças armadas, incluindo mudanças nas leis de mobilização que reduzam a idade mínima de alistamento de 25 para 18 anos.
Segundo um alto funcionário da administração Biden, que falou sob condição de anonimato, a Casa Branca acredita que a “matemática pura” da situação exige que a Ucrânia aumente significativamente seu número de combatentes. A recomendação ocorre em meio à guerra de quase três anos com a Rússia, na qual Kiev enfrenta forças superiores em número.
Desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, os EUA já destinaram mais de 56 bilhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia. O governo Biden, que se aproxima do fim de seu mandato, planeja enviar bilhões adicionais antes da transição de poder em janeiro de 2025.
Apesar do apoio substancial em equipamentos, a Casa Branca agora considera essencial que a Ucrânia concentre esforços no aumento de suas tropas. “Eles têm as armas de que precisam; agora precisam de mais soldados no combate”, afirmou o funcionário.
O governo ucraniano estima que necessita de pelo menos 160 mil novos soldados, mas especialistas dos EUA acreditam que esse número pode ser ainda maior. As mudanças propostas incluem não apenas a redução da idade mínima de alistamento, mas também a revisão completa das leis de mobilização para acelerar o recrutamento.
A decisão de intensificar o apoio militar ocorre em um cenário complexo. Recentemente, Biden autorizou a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA para atacar alvos em território russo. Além disso, há crescente preocupação sobre a possível chegada de tropas norte-coreanas para reforçar o exército russo, como alertou o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy.
Esse movimento reflete a estratégia da administração Biden de maximizar o apoio à Ucrânia antes da chegada do próximo governo dos EUA, que pode adotar uma abordagem diferente para o conflito.
Fonte: Matéria baseada no relatório da Associated Press (AP), por Aamer Madhani.