A tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros começa a valer nesta quarta-feira (6).

A taxação foi oficializada na semana passada, com a exclusão de quase 700 itens da cobrança (veja mais abaixo).

Na terça-feira (5), Lula afirmou que lidar com o tarifaço é mais simples do que enfrentar desafios sociais no país.

“Esse problema dos EUA contra nós, isso a gente resolve. É mais fácil resolver isso do que combater a fome e a miséria neste país. É muito mais fácil”, declarou o presidente, durante a plenária do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional).

Antes do evento, no entanto, o chefe do Executivo indicou que pretende telefonar para Trump, mas sem abordar a questão comercial.

“Eu não vou ligar para o Trump para comercializar, não, porque ele não quer falar. Mas eu vou ligar para o Trump para convidá-lo para vir para a COP, porque quero saber o que ele pensa da questão climática. Vou ter a gentileza de ligar. Vou ligar para muitos presidentes”, afirmou.

A COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) está prevista para novembro, em Belém do Pará, com presença esperada de diversos líderes mundiais.

Negociações e postura do governo

Uma eventual conversa direta entre Lula e Trump sobre a medida tarifária tem sido cogitada. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou essa possibilidade, mas ressaltou a necessidade de preparo.

Após o anúncio norte-americano, em 9 de julho, Lula determinou a criação de um comitê interministerial para tratar do tema com o setor produtivo. As negociações com representantes internos e autoridades dos EUA estão sob coordenação do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Em paralelo, o governo federal ingressou com um processo na OMC (Organização Mundial do Comércio) sobre o tema.

No último domingo (3), Lula reconheceu limites quanto ao conteúdo das declarações públicas relacionadas aos Estados Unidos.

“Nessa briga com a taxação dos EUA, eu tenho limite de briga com o governo americano. Não posso falar tudo que acho que devo falar, tenho que falar o que é possível falar, o que é necessário”, afirmou, sugerindo cautela estratégica.

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