Governistas repudiaram a decisão da Casa Branca, anunciada pelo secretário Marco Rubio como resposta à ‘caça às bruxas’ contra Bolsonaro

A decisão do governo dos Estados Unidos de revogar o visto do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aprofundou a deterioração das relações diplomáticas entre Brasília e Washington. O episódio, ocorrido na sexta-feira (18), gerou forte reação do governo brasileiro e acentuou o temor de novas sanções contra autoridades do Brasil. A medida foi anunciada pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que acusou Moraes de promover uma “caça às bruxas política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de violar princípios de liberdade de expressão.

Rubio afirmou que a decisão atinge Moraes, seus familiares e “aliados na Corte”, sem especificar nomes. A ação dos EUA ocorre no mesmo dia em que o ministro determinou o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro e impôs ao ex-presidente restrições como o recolhimento domiciliar noturno, a proibição de uso de redes sociais e de contato com embaixadas e diplomatas. As medidas foram tomadas a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), com base em suspeitas de tentativa de obstrução das investigações sobre os supostos atos golpistas de 2022.

A atitude da Casa Branca, sob a gestão de Donald Trump, é vista pelo governo Lula como um movimento coordenado com aliados bolsonaristas que buscam intimidar o Judiciário. Segundo integrantes do governo, há expectativa de que novas ações sejam adotadas por Washington, possivelmente com base na Lei Magnitsky, legislação que permite a imposição de sanções a estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos.

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