A pesquisa divulgada pelo IBGE em 2023 trouxe à tona um panorama alarmante sobre a pobreza no Brasil. Aproximadamente 27,4% da população brasileira, cerca de um terço do total, vive com rendimentos abaixo de US$ 6,85 por dia, o que equivale a R$ 41,50 — o que caracteriza a linha de pobreza em países de renda média-alta. Isso revela um quadro de desigualdade persistente e, em muitos casos, crescente.
Entre os dados mais preocupantes, destaca-se a disparidade regional. Regiões do Norte e Nordeste apresentam os índices mais elevados de pobreza, com destaque para o Vale do Rio Purus, no Amazonas, onde impressionantes 66,6% da população vive abaixo da linha de pobreza. O litoral e a Baixada Maranhense também apresentam números alarmantes, com 63,8% da população nessas regiões em situação de extrema vulnerabilidade social.
Outras áreas do Brasil também sofrem com a pobreza em níveis alarmantes. No Entorno Metropolitano de Manaus, 62,3% da população está abaixo da linha da pobreza, enquanto no Arco Metropolitano de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, 33,9% da população enfrenta essa dura realidade. A pesquisa revela ainda que, em algumas áreas do Centro-Oeste, como o Entorno Metropolitano de Cuiabá, 29,9% da população também vive em condições de pobreza.
Esses números revelam um quadro de desigualdade e falta de acesso a recursos básicos, como educação, saúde e moradia, que perpetuam o ciclo da pobreza. As disparidades regionais também apontam para a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes e direcionadas para as regiões mais afetadas, que busquem a inclusão social, o acesso a oportunidades e, acima de tudo, a garantia de uma vida digna para todos os brasileiros.
O país continua a enfrentar desafios significativos para combater a pobreza, mas é fundamental que a agenda social do governo inclua ações concretas e eficazes que tratem as causas estruturais dessa desigualdade, como o acesso desigual à educação, o desemprego estrutural e a falta de políticas de habitação adequadas. A luta contra a pobreza no Brasil exige não só ações emergenciais, mas também uma reorientação nas políticas públicas para garantir um futuro mais justo e inclusivo para as próximas gerações.