Por da Redação, 10/12/2024 – 23h11 – Atualizado em 11/12/2024 08h07

A Marinha do Brasil confirmou a trágica morte da capitã médica Gisele Mendes de Souza e Mello, que foi atingida por um tiro na cabeça dentro do Hospital Naval Marcílio Dias, localizado no Lins, zona norte do Rio de Janeiro. O incidente ocorreu durante um tiroteio nas proximidades do hospital na manhã do dia 10. Após ser ferida, Gisele foi rapidamente socorrida e levada para a sala de cirurgia. No entanto, os médicos constataram que não havia orifício de saída do projétil, o que complicou ainda mais sua situação. A Marinha manifestou suas condolências aos familiares e amigos da oficial, além de informar que está oferecendo apoio necessário neste momento difícil.

A Polícia Militar relatou que agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Lins estavam em operação na comunidade do Gambá, onde foram atacados por criminosos. Após o ataque, a corporação recebeu informações sobre a oficial ferida dentro do hospital, o que gerou uma mobilização imediata. Gisele Mendes de Souza e Mello era especialista em geriatria e já havia exercido a função de diretora do Hospital Naval de Brasília. Em março de 2023, ela foi homenageada no Comando do Sétimo Distrito Naval, destacando sua contribuição à Marinha e à medicina.

A capitã de Mar e Guerra Gisele era uma oficial de Estado-Maior com grande expertise na área de geriatria, e sua trajetória na Marinha do Brasil indicava possibilidades de ascensão ao Almirantado. A perda foi amplamente lamentada, não apenas pelos colegas militares, mas também pela sociedade civil, que destacou a importância de profissionais dedicados como ela.

As balas nas colunas do Hospital Naval Marcílio Dias expõem a realidade de uma unidade militar de saúde incrustada em uma comunidade em guerra. Geriatra, mãe, filha, diretora e capitã de Mar e Guerra, Gisele Mendes de Souza e Mello tinha uma carreira promissora na Marinha e poderia, eventualmente, alcançar o Almirantado, sendo a quarta mulher na história da força a ocupar tal posição, conforme revelaram oficiais superiores. Infelizmente, ela foi vítima de uma bala perdida na terça-feira (10).

Desde 1995 na Marinha, Gisele estava no exercício de suas funções quando foi atingida. Na ocasião, ocorria uma operação do Comando da Coordenadoria da Polícia Pacificadora (UPP) no Complexo do Lins.

Pela relevância de sua carreira, a Marinha cogita oferecer à família de Gisele o protocolo de honras fúnebres, que inclui escolta e guarda especiais com homens armados, tiros de salva e a pavilha (bandeira) sobre o caixão.

Em nota, a Marinha do Brasil lamentou a morte e expressou solidariedade com familiares e amigos, informando que está prestando todo o apoio neste momento de grande dor e tristeza.

“Uma das melhores comandantes com quem eu convivi! Dedicou a sua vida à Marinha, extremamente preocupada com o serviço e uma pessoa gentil e compreensiva. Dava o sangue pela força e, ironicamente, morreu em serviço na instituição”, comentou uma pessoa na postagem da Marinha no Instagram.

“Sempre atenciosa e de caráter exemplar, ela foi uma profissional que marcou a vida de todos ao seu redor”, acrescentou outra. “Tristeza imensa em perder nossa chefe. Mas era uma tragédia anunciada dentro do Lins! Vivemos dias difíceis todos os dias no HNMD. Operações no horário de entrada, tiros na madrugada, impedidos de entrar e sair por confrontos na comunidade. Essa é a nossa rotina diária”, dizia outro comentário.

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) também se manifestou sobre a tragédia. O órgão lamentou profundamente a morte da oficial e pediu uma investigação minuciosa do caso, enfatizando a necessidade de garantir a segurança da população durante as operações policiais em áreas de risco.

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