O Brasil gerou 132.714 novos empregos com carteira assinada em outubro de 2024, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Esse número representa uma queda de 29% em relação ao mesmo mês do ano anterior, marcando o pior desempenho para o mês de outubro desde que os dados começaram a ser registrados. Esse resultado é considerado um reflexo de um cenário econômico desafiador, com dificuldades para conciliar o crescimento do emprego com a inflação.
Em um contexto mais amplo, o número de solicitações de seguro-desemprego no mês passado também teve um aumento significativo, totalizando 629.085 pedidos, o que representa 45 mil a mais do que o registrado em setembro. Esse aumento no número de pedidos de seguro-desemprego indica que a recuperação do mercado de trabalho tem sido lenta e, em algumas regiões, até mesmo o número de admissões tem sido superado pelas demissões.
Distribuição Geográfica e Salários
Apesar do resultado negativo em termos gerais, 24 estados apresentaram saldos positivos em outubro. São Paulo foi o estado com o maior número de novas vagas, com 47.255 postos de trabalho criados, seguido por Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, com 14.115 e 10.731 vagas, respectivamente. No entanto, estados como Goiás, Mato Grosso e Bahia apresentaram os piores resultados, com perdas de postos de trabalho.
A maior parte dos empregos gerados no mês teve salários de até 1,5 salário mínimo, totalizando 133.188 vagas. A faixa salarial média das admissões foi de R$ 2.223,62, um valor abaixo da média nacional, o que reflete a predominância de empregos informais ou de baixa qualificação no mercado de trabalho brasileiro.
O desempenho do mercado de trabalho de outubro levanta questões sobre a qualidade do emprego gerado e sobre as condições econômicas mais amplas. Mesmo com a criação de vagas, o Brasil ainda enfrenta desafios em relação ao desemprego estrutural e à inflação. Os dados mostram que, enquanto alguns estados continuam a gerar emprego, a recuperação não é homogênea em todo o país e os setores mais afetados são justamente os de menor qualificação e remuneração.
Esses resultados indicam que, apesar dos esforços para melhorar a empregabilidade no Brasil, o país ainda enfrenta dificuldades significativas para gerar empregos de qualidade e reduzir a desigualdade no mercado de trabalho.
Fonte: R7