Por Da Redação | 14/12/2024 07h39 – Atualizado em 14/12/2024 09h29
Neste sábado (14), a Polícia Federal prendeu Walter Braga Netto, general de 4 estrelas da reserva, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022. A prisão ocorreu em Copacabana, no Rio de Janeiro, e incluiu buscas na residência do ex-ministro. Os mandados de prisão preventiva e busca e apreensão foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado.
Trata-se de um evento inédito na história do Brasil: é a primeira vez que um general de 4 estrelas, o posto mais alto das Forças Armadas, é preso sob a acusação de obstrução de Justiça e conspiração contra o Estado democrático de Direito. Braga Netto, que ocupou posições de alta relevância tanto na administração militar quanto civil, teve papel estratégico no governo Bolsonaro e é amplamente reconhecido por sua influência dentro do Exército Brasileiro.
A operação e os detalhes da prisão
De acordo com a Polícia Federal, estão sendo cumpridos dois mandados de busca e apreensão e uma medida cautelar contra “indivíduos que estariam atrapalhando a livre produção de provas”. A investigação aponta Braga Netto como chefe do grupo que teria planejado a intervenção militar e aprovado um suposto plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes.
Segundo fontes da PF, o general integrava o chamado “Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado” e o “Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência e Apoio a Outros Núcleos”. A decisão do STF, baseada na investigação, detalha que o grupo buscava descreditar o processo eleitoral, organizar o golpe de Estado e destruir o Estado democrático de Direito com a finalidade de manter seu grupo no poder.
No entanto, a prisão gerou um debate sobre o protocolo militar, uma vez que a captura foi conduzida por civis da Polícia Federal, e não por oficiais-generais, como seria esperado de acordo com a tradição e o regulamento militar. A estranheza do fato foi comentada por analistas, que apontaram a quebra de práticas que visam preservar a hierarquia e a disciplina dentro das Forças Armadas.
A relevância de Braga Netto para as Forças Armadas
Walter Braga Netto é um dos militares mais emblemáticos de sua geração. Durante sua carreira, ocupou cargos estratégicos como o comando do Comando Militar do Leste e a chefia do Estado-Maior do Exército. Em 2018, foi nomeado interventor federal no Rio de Janeiro durante a intervenção militar na segurança pública do estado, destacando-se por sua capacidade de liderança e gestão em situações de crise.
Como ministro da Defesa no governo Bolsonaro, Braga Netto foi um defensor da modernização das Forças Armadas e esteve à frente de debates cruciais sobre a autonomia militar e a segurança nacional. Seu envolvimento em um caso de tamanha gravidade representa um choque não apenas para a esfera política, mas também para a comunidade militar, que há muito tempo vê os generais de 4 estrelas como figuras acima de qualquer suspeita.
Impactos e desdobramentos
A prisão de Braga Netto levanta questionamentos sobre a estabilidade da relação entre as Forças Armadas e as instituições democráticas. Também destaca um ponto sensível: até que ponto figuras militares de alta patente podem ser responsabilizadas por ações políticas ou conspirações antidemocráticas sem que isso provoque repercussões internas nas Forças Armadas?
Com a investigação em andamento, o caso deve continuar a gerar debates intensos e polarizados tanto na política quanto na sociedade. Enquanto isso, o general permanecerá sob custódia do Exército, aguardando os próximos passos do processo judicial.
(Matéria em atualização)
Com a palavra, os Of Gen do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.
Não aconteceu nada. Apenas cortina de fumaça e isso não vai acabar bem para quem comanda esses inq. del fin del mundo. 😒🧐😕🤨