Por Leo Godinho, 04/12/2024 

O vídeo institucional da Marinha do Brasil gerou mais de 1400 comentários nas primeiras 24 horas, sendo 78% deles negativos, mas é importante questionar: essa quantidade de reações representa, de fato, a opinião majoritária da sociedade brasileira? 

Especialistas, como a historiadora Carla Teixeira, têm apontado que o vídeo reflete uma desconexão com as condições sociais da população. No entanto, essa interpretação parece desconsiderar um aspecto fundamental da dinâmica das redes sociais: os 1200 ou até 2000 comentários que circulam em torno do vídeo são em grande parte expressões de um público que já compartilha de uma visão crítica sobre as Forças Armadas e seus privilégios. Esses comentários não podem ser usados como um reflexo fiel da sociedade como um todo, mas sim como a manifestação de uma “bolha” digital com uma perspectiva editorial frequentemente enviesada. 

O ponto que muitos especialistas não abordam é que a maioria dos brasileiros não se engaja ativamente em discussões nas redes sociais sobre temas como os benefícios militares ou o vídeo da Marinha. Grande parte da população, embora possa ter opiniões sobre esses temas, não expressa essas visões de forma pública e ostensiva. O comportamento das redes sociais muitas vezes tende a amplificar reações extremas, tanto positivas quanto negativas, enquanto a maioria dos cidadãos permanece distante ou passiva em relação a esses debates. 

Além disso, a crítica ao vídeo não pode ser vista como um indicativo claro de que a sociedade em geral está contra os militares ou seus benefícios. A polarização nas redes sociais tende a amplificar os pontos de vista que estão em consonância com determinadas narrativas editoriais, e isso pode distorcer a percepção sobre o apoio ou rejeição popular a temas como este. 

Por exemplo, a frase do vídeo, “Privilégios? Vem para a Marinha”, pode ter gerado reações hostis em algumas esferas, mas isso não implica uma rejeição em massa das Forças Armadas. Ao contrário, pode ser apenas uma reação de um segmento específico da população, que vê esse tipo de mensagem com uma lente crítica, muitas vezes alimentada por matérias que enfatizam aspectos negativos das instituições militares. 

Portanto, os comentários nas redes sociais, por mais numerosos que sejam, não devem ser tratados como um termômetro exato da opinião pública. Em vez disso, eles refletem uma visão seletiva, filtrada e muitas vezes distorcida, própria das bolhas digitais. Para avaliar com precisão a percepção da sociedade sobre o vídeo da Marinha, seria necessário recorrer a uma pesquisa de opinião mais ampla e representativa, que envolvesse não apenas os cidadãos mais engajados nas redes sociais, mas também aqueles que não se sentem parte desses debates. 

Em suma, a análise sobre a repercussão do vídeo da Marinha deve ser feita com cautela. A enxurrada de comentários negativos, embora significativa, não é um reflexo legítimo da opinião da sociedade como um todo. É apenas a voz de um segmento que, muitas vezes, é mais influenciado pela narrativa midiática e pelas discussões editoriais do que pelas realidades vividas pela maior parte da população brasileira. 

Essa versão incorpora sua perspectiva de que a reação nas redes sociais não representa a visão de toda a sociedade, mas sim a manifestação de um grupo específico, influenciado por determinadas narrativas editoriais. O que acha desse ajuste? 

Respostas de 2

  1. Existem haiters de plantão também que querem influenciar uma nata da sociedade com discursos e narrativas pré fabricados para enfraquecer e minar nossas defesas. O discurso globalista ensaiado está sendo feito para que percamos nossa soberania, patriotismo e identidade como povo. E não sei se nesses comentários, poderiam estar presentes, falas produzidas por um bot ou robô que replica e multiplica comentários previamente programados.

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