Declarações de Paulo Cunha Bueno apontam militares como protagonistas de plano golpista, sem envolvimento direto do ex-presidente.
Por Fernando Dias – Atualizado em 29/11/2024 às 22h31
O advogado Paulo Cunha Bueno, representante do ex-presidente Jair Bolsonaro, fez revelações contundentes sobre uma suposta conspiração militar durante entrevista à GloboNews. Segundo Bueno, o objetivo do plano golpista não era beneficiar Bolsonaro, mas sim uma junta militar que agiria em interesse próprio. Ele sugeriu que o ex-presidente foi traído pelos militares envolvidos.
Recentemente, documentos encontrados com o general Mario Fernandes, ex-secretário-executivo da Presidência, trouxeram à tona um plano que incluía o assassinato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Fernandes, junto a outros militares, foi preso em decorrência das investigações. O conteúdo do material levanta dúvidas sobre o nível de conhecimento de Bolsonaro acerca da conspiração.
“Quem seria o grande beneficiado? Segundo o plano do general Mario Fernandes, seria uma junta que seria criada após a ação do Plano Punhal Verde e Amarelo. Nessa junta, o presidente Bolsonaro não estava incluído. Isso está textualizado ali. Quem iria assumir o governo, caso esse plano terrível prosperasse, não seria Bolsonaro, mas aquele grupo”, declarou o advogado.
Bolsonaro Sabia do Plano?
Paulo Cunha Bueno afirmou que há indícios de que Bolsonaro tinha ciência do plano, que visava também o vice-presidente eleito e um ministro do Supremo Tribunal Federal. No entanto, ele negou que o ex-presidente soubesse das intenções de assassinato. “Essa informação nunca chegou ao conhecimento dele”, pontuou Bueno. Ele também defendeu que Bolsonaro não apoiaria um golpe militar e que não era sua obrigação denunciar a tentativa de golpe.
Defesa de Bolsonaro
Em resposta ao indiciamento, Bolsonaro criticou o ministro Alexandre de Moraes e reafirmou que nunca considerou a possibilidade de um golpe de Estado. O ex-presidente defendeu que as soluções para os problemas do Brasil estão dentro dos limites da Constituição, rejeitando qualquer envolvimento em ações antidemocráticas. Segundo seu advogado, a possibilidade de prisão de Bolsonaro é remota e “não faria sentido” no atual contexto.
Com informações de Estadão Conteúdo e produção de IA.