Redação Atualizado 29/11/2024 16:02

Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um cenário econômico instável, cujas raízes se aprofundam em políticas neoliberais mal implementadas e uma série de reformas que, longe de promoverem crescimento, aprofundaram as desigualdades e impulsionaram a crise fiscal. Quando se compara o cenário atual com o legado do governo anterior, a mudança no valor do dólar é um dos reflexos mais evidentes da falência dessas políticas. 

Em 2019, o valor do dólar estava em R$ 4,29, um patamar já elevado, resultado das escolhas do governo anterior que, ao aplicar uma política de austeridade fiscal e cortes em áreas essenciais, agravou a situação da dívida pública e prejudicou a confiança dos investidores. O país enfrentava um cenário de incertezas, com desemprego alto, inflação crescente e uma dívida pública recorde. 

Agora, em 2024, o valor do dólar alcança R$ 6,01, uma diferença significativa que não pode ser explicada apenas pela inflação global ou pelas flutuações do mercado internacional. Essa desvalorização da moeda brasileira está diretamente ligada à continuidade de políticas neoliberais adotadas pelo atual governo, que não só falharam em controlar a inflação e estabilizar a moeda, mas também aprofundaram os problemas estruturais da economia nacional. 

A justificativa de que o governo atual “salvou o Brasil” ao implementar reformas, como a da previdência e as mudanças trabalhistas, é uma falácia. Essas reformas, na prática, empurraram milhares de trabalhadores para o mercado informal e semi-escravo, com a informalidade no trabalho alcançando níveis históricos, e o número de desempregados permanecendo elevado. O impacto disso não é apenas econômico, mas social, com a população mais vulnerável sendo ainda mais prejudicada. 

Além disso, o governo atual se vê obrigado a gastar bilhões para tentar conter a alta do dólar, queimando reservas cambiais e, ao mesmo tempo, deixando de investir em áreas essenciais como educação, saúde e infraestrutura. Em vez de adotar medidas que promovam o crescimento sustentável e a redução das desigualdades, o governo opta por priorizar os interesses dos rentistas, que continuam a retirar recursos do país, em um movimento que prejudica a economia brasileira a longo prazo. 

Portanto, a atual crise do câmbio e os elevados níveis de dívida pública são reflexos de uma continuidade de erros do passado. A falácia de que o governo atual “salvou o Brasil” se desfaz quando se observa o impacto dessas políticas no valor da moeda e no bem-estar da população. O Brasil continua sendo refém de um modelo que privilegia a especulação financeira e a precarização do trabalho, ao invés de buscar um desenvolvimento econômico inclusivo e sustentável. 

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