A líder opositora venezuelana María Corina Machado foi anunciada nesta sexta-feira (10), em Oslo, como a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2025, concedido pelo Comitê Norueguês do Nobel. Aos 58 anos, Machado foi reconhecida por sua defesa pacífica da democracia e dos direitos humanos em meio à grave crise política que assola a Venezuela.
Segundo o comitê, a premiação reconhece seus “esforços persistentes em favor da restauração pacífica da democracia e do respeito aos direitos humanos em seu país”. María Corina Machado torna-se assim a 20ª mulher a conquistar o Nobel da Paz, entre mais de 90 homens laureados ao longo da história.
A opositora vive na clandestinidade na Venezuela desde que contestou amplamente o resultado das eleições presidenciais de julho de 2024, marcadas por denúncias de fraude e falta de transparência, que resultaram na controversa reeleição do presidente Nicolás Maduro — um pleito não reconhecido por grande parte da comunidade internacional. Impedida de concorrer, Machado tem sido alvo de perseguição política, assim como outros nomes da oposição, entre eles Edmundo González. Em 2024, chegou a ser presa brevemente, antes de voltar à clandestinidade.
Em comunicado oficial, o Comitê Norueguês do Nobel descreveu María Corina Machado como “um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos”. A nota também destaca seu papel como figura unificadora em um cenário político antes fragmentado, capaz de reunir diferentes grupos em torno da causa comum por eleições livres e pela restauração do Estado de Direito.
Fundadora do movimento Súmate, criado há mais de 20 anos para fiscalizar eleições e promover o voto livre, Machado tornou-se símbolo da resistência democrática na Venezuela. Mesmo diante de perseguições, ameaças e bloqueios à sua candidatura, ela optou por permanecer no país.
“Ela manteve-se na Venezuela, mesmo sob grave risco, inspirando milhões de pessoas”, destacou o comitê em seu anúncio.