Alenita Ramirez | 05/12/2024

Em um caso alarmante, duas mulheres foram presas em flagrante por manterem duas adolescentes, de 15 e 16 anos, trabalhando como garotas de programa em uma residência localizada no bairro Jardim Itatinga, em Campinas. O crime, que foi descoberto na noite de anteontem, revela uma rede de tráfico humano que envolve menores oriundas de Belo Horizonte (MG).
As vítimas e as suspeitas foram levadas à 2ª Delegacia Seccional de Campinas, onde as circunstâncias do crime foram detalhadas. Este não é o primeiro caso nesse bairro; em julho do ano passado, quatro adolescentes com idades entre 14 e 17 anos também foram resgatadas em situações semelhantes de exploração sexual e trabalho infantil. As meninas vinham da Baixada Santista e do Espírito Santo, evidenciando a extensão da rede criminosa.
O resgate das adolescentes mais recentes aconteceu após a Polícia Militar (PM) ser acionada por uma denúncia anônima, que informou sobre as menores sendo forçadas à prostituição na Rua Dracena. Com base no endereço, uma equipe especializada da PM se dirigiu ao local.
Ao chegarem ao imóvel, os policiais encontraram uma das proprietárias na frente da casa, acompanhada de uma das menores. No interior do imóvel, a outra suspeita foi localizada, e a segunda adolescente foi encontrada em um dos quartos, em pleno ato sexual com um cliente. As meninas tentaram alterar seus documentos para esconder a idade, mas foi confirmado que tinham 15 e 16 anos.
Dada a gravidade da situação, o Conselho Tutelar foi acionado, e as adolescentes, visivelmente abaladas, revelaram que eram de Belo Horizonte e não tinham familiares em Campinas. Elas foram então encaminhadas para um abrigo seguro.
O caso foi registrado com a devida seriedade, sendo enquadrado como favorecimento à prostituição e exploração sexual de vulneráveis, além de uso de documentos falsificados. As acusadas foram levadas à prisão feminina, onde aguardam os procedimentos legais.
Esse caso remete a outro acontecido em julho de 2023, quando a PM resgatou quatro adolescentes de uma casa de prostituição no mesmo bairro. As vítimas chegaram a Campinas por meio de transporte por aplicativo, sem o conhecimento de seus pais. Em depoimentos chocantes, as meninas admitiram que vieram ao bairro com o objetivo de se prostituir, revelando a complexidade da situação.
O Conselho Tutelar também foi mobilizado nesse caso, e as adolescentes foram encaminhadas para abrigos enquanto seus pais foram notificados. O Jardim Itatinga tem se mostrado um centro recorrente de exploração sexual e trabalho infantil, com outros casos semelhantes ocorrendo, como o resgate de uma adolescente de 16 anos, oriunda de Santos, em janeiro de 2023.
Fonte: Alenita Ramirez, RAC (05/12/2024)