“Nossa terra tem mais de 100 anos e foi repassada de pai para filho”, relatou Adriano Fabem Bettim.
A família Bettim, residente há cerca de 70 anos na Fazenda Floresta e Texas, em São Mateus (ES), enfrenta uma ordem judicial para desocupar sua propriedade até 13 de fevereiro de 2025. A decisão, emitida pela Justiça do Espírito Santo, atende a um pedido do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que alega improdutividade da terra e busca sua desapropriação para fins de reforma agrária.
A fazenda, que abriga 16 pessoas, incluindo crianças e idosos, é a principal fonte de sustento da família, com 100 mil pés de café, 500 vacas leiteiras, além de cultivos de pimenta e árvores frutíferas. A família argumenta que o prazo concedido é insuficiente para concluir as atividades agrícolas e retirar o gado de forma adequada.
O processo de desapropriação teve início em 2010, quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto declarando a fazenda como de interesse social para reforma agrária. Apesar de laudos do próprio Incra reconhecerem a existência de culturas ativas na propriedade, a terra foi classificada como improdutiva.
A situação ganhou destaque e mobilizou políticos locais. O deputado estadual Lucas Polese (PL-ES) tem visitado a fazenda e busca reverter a decisão judicial, destacando a importância de preservar o direito à propriedade privada e o sustento da família. Além disso, o prefeito de São Mateus, Marcus da Cozivip (Podemos), e outros parlamentares estão se articulando para apoiar os Bettim.
A família expressa angústia diante da possibilidade de perder seu lar e meio de subsistência, enfatizando que a fazenda foi construída ao longo de gerações e representa não apenas um patrimônio econômico, mas também histórico e emocional. Eles apelam por uma reavaliação da decisão e pelo reconhecimento da produtividade de suas terras.
Em 6 de janeiro, mais de 400 pessoas se reuniram na Fazenda Floresta e Texas, em São Mateus (ES), em um ato de apoio à família Bettim, que enfrenta uma ordem de desapropriação emitida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O evento contou com a presença de diversas lideranças políticas, incluindo o senador Magno Malta (PL-ES) e os deputados federais Evair de Mello (PP-ES), presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, e Messias Donato (Republicanos-ES). Eles discursaram em defesa da propriedade privada e do agronegócio. Líderes estaduais e municipais, como o secretário de Agricultura de São Mateus, Edivaldo Permanhane, e o deputado estadual Lucas Polese (PL-ES), também participaram e manifestaram seu apoio à família.
Durante o ato, mais de 415 pessoas assinaram um abaixo-assinado solicitando a reversão da liminar que determina a saída da família Bettim até 13 de fevereiro. Participantes do evento já consideram acampar na fazenda para impedir a remoção da família
O deputado Lucas Polese informou que entrou com um pedido para estender o prazo de remoção, argumentando que a data estabelecida coincide com o início da colheita de café e do ano letivo, afetando diretamente as três crianças que vivem na propriedade. Além disso, a equipe jurídica do senador Magno Malta foi integrada ao processo, com a intenção de apresentar uma nova ação judicial em defesa da família Bettim. Deputados federais também se comprometeram a elaborar um decreto legislativo para reverter o decreto anterior, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010, que declarou a fazenda como de interesse social para fins de reforma agrária.