Com passagem em clubes importantes do Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do país, o técnico Léo Condé conseguiu em 2023 o título mais badalado de sua carreira: o de campeão brasileiro da Série B pelo Vitória. Fruto de um trabalho conjunto que uniu comissão técnica, jogadores, diretoria e a torcida do Leão da Barra, uma das mais apaixonadas do País. Sobre o primeiro troféu de um campeonato nacional erguido pelo Vitória, Léo Condé disse que o começo arrasador do time na Série B foi fundamental.

“O Vitória, um clube tão tradicional, de torcida gigantesca, perseguia há muito um título como esse. Tivemos um início muito bom, com cinco vitórias seguidas. Isso gerou confiança para o elenco e dentro da competição a gente foi se ajustando, corrigindo uma ou outra coisa, tendo a nosso favor essa gordura. Houve tropeços, mas o Vitória sempre se mostrou uma equipe competitiva, principalmente jogando aqui no Barradão.”

As cinco vitórias iniciais foram contra Ponte Preta (3 a 0, em casa), ABC (3 a 0, em Natal), Londrina (2 a 0, em casa), Ceará (2 a 1, no Castelão) e Botafogo-SP (outro 3 a 0, no Barradão).

Para Léo Condé, vencer bem a Ponte Preta na estreia foi muito importante para que o time superasse um início de ano bastante conturbado. Naquele momento, o Vitória ainda amargava as consequências de eliminações precoces no Estadual e na Copa do Nordeste, o que o deixaria fora da Copa do Brasil de 2024 – a situação foi revertida com o título da Série B.

Ele também listou outros dois resultados que pontuaram a conquista do time: 2 a 1 contra o Sport na Ilha do Retiro lotada e 1 a 0 sobre o Sampaio Corrêa em São Luís.

“Passamos pelo Sport no campo do adversário, pela 18ª rodada, e isso nos reforçou a convicção de que íamos garantir o acesso. Depois, também fora de casa, pela 33ª rodada, vencemos o Sampaio Corrêa e aí conseguimos desgarrar dos demais clubes do G-4 da competição.”

Aos 45 anos, natural da cidade de Piau, em Minas Gerais, Condé tem uma trajetória no futebol que foge à regra. Ele não precisou ser jogador antes de se tornar em 2009 técnico dos profissionais do Tupi, de Juiz de Fora-MG.

Campeão estadual três vezes – em 2017, pelo CRB-AL, e em 2020 e 2022, pelo Sampaio Corrêa-MA -, o treinador também traz no currículo conquistas pela base do América-MG e Atlético-MG. Venceu ainda a Copa Rio, em 2012, pelo Nova Iguaçu-RJ.

No Sampaio, terminou a Série B de 2022 em quinto lugar, atrás, “apenas”, de Grêmio, Cruzeiro, Vasco e Bahia. A campanha pelo clube maranhense o projetou mais ainda nacionalmente. Há em sua carreira um outro feito que despertou o interesse de vários clubes por seu trabalho. Foi um pouco antes, em 2015, quando chegou à final do Campeonato Mineiro pela Caldense, equipa batida pelo Atlético-MG na decisão.

“Gosto de um time equilibrado, com harmonia em todos os setores. Mas no Brasil o treinador tem que ser um pouco camaleão, moldando-se ao que tem à disposição no elenco. Em geral, opto por um jogo mais propositivo, com posse de bola”, disse Léo Condé, que tem os cursos de Licenciamento A e Pró, feitos na CBF – no último, em 2021, ele teve a companhia de Fernando Diniz em sua turma.

Formado em Educação Física, o técnico do Vitória já tinha sido responsável por dois acessos antes de vencer a Série B de 2023. Levou o Botafogo-SP da Série C para a B em 2018 e fez o mesmo com o Novorizontino-SP em 2021.

No Vitória, com um grupo aproximado de 35 atletas, o treinador mesclou juventude com experiência. Contou com o aval dos jogadores para tanto, como o dos veteranos Osvaldo, Léo Gamalho e Zeca, entre outros. Do lado dos mais jovens, a assimilação a seu trabalho funcionou do mesmo modo. O goleiro Lucas Arcanjo e o zagueiro Wagner Leonardo são dois exemplos.

Ainda sob a alegria do título comemorado no último fim de semana, quando o Vitória bateu o Sport no Barradão por 1 a 0 com recorde de público no estádio em 2023 – 28.372 pagantes -, Léo Condé sabe reconhecer que a torcida foi um diferencial na conquista inédita do clube.

“Contagiante a torcida do Vitória, ela foi um show à parte, meio que protagonista da campanha. Em muitos jogos nossos, as pessoas nem queriam ver as partidas, queriam ver o show da torcida na arquibancada. Estamos vivendo um momento mágico.”

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