Juiz auxiliar de Moraes mantém prisão preventiva de Braga Netto. Militar ficará detido no Comando da 1.ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro
Por Redação

O juiz Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, auxiliar no gabinete do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a prisão preventiva do general Walter Braga Netto após audiência de custódia realizada por videoconferência na tarde deste sábado (14).
A prisão, que não tem prazo determinado, será cumprida no Comando da 1.ª Divisão do Exército, localizado na Vila Militar de Deodoro, no Rio de Janeiro. Braga Netto foi preso pela Polícia Federal na manhã deste sábado, acusado de tentar obstruir investigações. De acordo com a PF, o general teria tentado obter informações sigilosas sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid para repassá-las a outros investigados, além de ter alinhado versões com aliados.
Braga Netto teria ouvido parte das delações do TC Mauro Cid, cujas informações têm sido amplamente divulgadas na imprensa, especialmente pela Rede Globo. Segundo Mauro Cid e seus familiares, o próprio Braga Netto foi quem procurou para informar que há circulações de informações sobre a delação que o tenente-coronel sequer teria confirmado ter compartilhado.
Por se tratar de uma prisão preventiva decretada com base em suspeitas de obstrução do inquérito, Braga Netto não poderá receber visitas sem autorização expressa do STF, incluindo familiares. O acesso ao general será restrito aos advogados formalmente inscritos nos autos do processo.
Braga Netto é um dos 40 indiciados pela Polícia Federal sob acusações de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado de Direito. O nome do ex-ministro foi citado 98 vezes no relatório do inquérito do golpe, no qual ele é apontado como uma “figura central” na suposta conspiração.
Questões em aberto
- De acordo com a Polícia Federal, Braga Netto teria entregue dinheiro em uma sacola de vinho como parte do planejamento do suposto golpe. Onde estão esses valores? Eles foram rastreados?
- A defesa do general questiona as provas apresentadas contra ele. Há registros documentais ou financeiros que sustentem as acusações de obstrução e envolvimento em organização criminosa?
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- Braga Netto teria ouvido parte das delações do TC Mauro Cid, cujas informações têm sido amplamente divulgadas na imprensa, especialmente pela Rede Globo. De acordo com Mauro Cid e seus familiares, foi Braga Netto quem foi procurado para afirmar que a delação era falsa e que os vazamentos não podiam ser levados a sério, visto que não tinham confirmação e apresentavam inconsistências.
- Em um cenário político polarizado, até que ponto as decisões judiciais estão sendo tomadas dentro dos parâmetros legais ou influenciadas pelo ambiente político?
Com informações do Estadão Conteúdo
Haverá ➕ prisões arbitrárias.